Morreu uma professora no Rio

     

Milhares se formam no Brasil.

Uns sem limites, 

Outros sem saber,

Outros nem se formam, 

porque um dia, seus sonhos foram roubados.

 

O Brasil, indignado, ouviu a notícia:

Morreu a professora no Rio.

Morreu também o seqüestrador.

Eles foram protagonistas de uma tarde de horror.

 

Onde está o professor?

Milhares nem sabem me dizer.

Mataram o educador no Brasil.

Deixaram aberto um vácuo para entrar tantas coisas.

Trocaram o banco escolar,

Aboliram a mesa familiar,

Aderiram-se a outros costumes. 

Valores preciosos como o amor, 

Respeito mútuo e amizade foram perdidos.

 

Mataram a professora no Rio. 

Uns dizem que foi a polícia, outros o ladrão.

É o jogo do empurra, 

até que a sociedade esqueça do ocorrido. 

Mas... fazia tempo que o professor estava morto.

Tolhido em seus movimentos

Em suas palavras, em sua livre expressão.

Porque na corrida do tempo, tantos valores se perderam no caminho.

 

O governo tenta justificar:

Vamos por rotas,

Aumentar o policiamento, 

Cogitou-se em usar até o Exército. 

Como se esse gesto simplório fosse a solução. 

Mataram Sandro, o ladrão.

 

Foi resolvido o problema?

Não adianta querer matar aquilo que já está morto, ou seja, 

Uma vida com o coração em trevas, ódio e pavor.

É preciso ressuscitar a educação.

Para que renasça o professor pai,

O professor educador

Que a educação seja valorizada

A fim de que seja desarraigada a violência de nossa nação.

 

Lina

(não me recordo em que ano escrevi esse poema, mas foi quando houve aquele seqüestro no Rio de Janeiro, onde morreu uma professora e um ladrão)

 

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