A importância da
Informática Educativa
Talvez pelo fato do avanço tecnológico ser algo muito
recente nos dias atuais, os pedagogos divergem com relação à questão do que
fazer com a informática? Faz parte da grade escolar ou não faz? Depois de muita
leitura, muita pesquisa, muita navegação, cheguei a seguinte conclusão:
É muito importante que haja a informática na Educação Infantil, Ensino
Fundamental e Ensino Médio. Em cada uma dessas fases, é essencial que haja
conhecimento do perfil do usuário do computador, a fim de que haja eficácia no
processo de ensino.
Afinal de contas, a Informática veio para ficar! Nos dias de hoje, usar o
computador é tão comum quanto ver TV ou usar telefone, por isso é fundamental
que a informática tenha o devido valor no sistema de Ensino Nacional.
Normalmente quando se fala em informática, logo se imagina o aluno aprendendo as
ferramentas do Office (Excel, Power Point, Word, Acess), ou outros pacotes, como
Macromedia (Dreamweaver, Fireworks, Flash, etc), Adobe Photoshop, gerando assim
“o profissional de informática”. Porém devemos parar de enxergar a informática
apenas como um curso profissionalizante, mas como uma ferramenta utilizada
praticamente em todos os segmentos. No ensino não pode ser diferente, pois
deverá ser encarada como uma ferramenta muito útil na educação, uma vez que o
ensino está mudando.
De acordo com o site da Unicentro
(http://www.qmc.ufsc.br/qmcweb/artigos/colaboracoes/informatica_ensino)
O ensino está mudando... |
|
Sociedade Industrial |
Sociedade Informatizada |
>Todos os alunos devem receber a mesma
informação (e ao mesmo tempo); >Avaliação através de provas e testes de conhecimento; >Professor é o “dono” e o principal entregador do conhecimento. |
>Capacitações diferentes; os alunos têm
estilos individuais de aprendizagem; |
Quem é o profissional capacitado para desenvolver o ensino de informática?
Tenho pesquisado em diversos sites, fóruns, etc. e tenho visto um discurso
progressista, cuja a prática em si é inexistente, pois tem se tentado jogar essa
atribuição ao professor de sala, aliado, em algumas situações a um “capacitador”,
o qual tem tornado o ensino de informática algo meio insosso, cansativo e
repetitivo, desmotivando os alunos, os quais são usuários exigentes e que
avançam juntamente com o progresso tecnológico.
Pensando nisso, constatei que o perfil desse profissional deve ser de alguém
ligado à educação que tenha sensibilidade para identificar o seu público alvo
detectando o que é necessário para o aprendizado, bem como ser versátil para
conhecer o universo e a linguagem infanto-juvenil. Ser pesquisador nato e estar
em constante atualização, pois a informática avança assustadoramente. Que ele
seja incentivador e cause motivação a fim de que o aluno anseie aprender mais e
mais. Estar constantemente estudando e se atualizando com relação às ferramentas
tecnológicas. Trabalhar sempre enfocando a interdisciplinaridade.
Qual a didática a ser aplicada?
De acordo com o artigo de Simão Neto (2002), a informática tem chegado à
educação brasileira com movimentos no qual o autor denomina de “ondas”. Esses
movimentos iniciam nos anos 70 num processo de evolução social, científica e
tecnológica. O autor aponta essa evolução de movimentos como:
1 – primeira onda: Logo e programação
2 – segunda onda: Informática básica
3 – terceira onda: software educativo
4 – quarta onda: Internet
5 – quinta onda: Aprendizagem colaborativa
Na verdade, é importante usar tudo o que a informática nos oferece, não devemos
ficar limitados a “ondas” e ““modismos”, mas detectar a real necessidade do
momento e o que a escola possui. Foi assim que eu criei uma didática específica
de acordo com o que eu tinha em mãos, tanto em termos de equipamentos, softwares
e alunos. Qual é a minha didática?
Primeiramente, a interdisciplinaridade – pois é muito importante que a
informática esteja bem ligada àquilo que o professor leciona em sala de aula.
Desenvolvimento da criatividade. Isso é fundamental, pois faz com o aluno
pense/crie/questione. Dê asas à imaginação.
Raciocínio lógico – implantação de pequenos jogos educativos que ajudem nas
áreas de exatas e que trabalhem com o raciocínio, enfim, o instiguem a pensar,
bem como a achar soluções. Seria o momento do desafio.
Implantação da Informática Básica, de forma sutil, sempre dentro de um projeto
ou outro, onde na maioria das vezes é ensinado um comando novo, ou mesmo um
dirimir de dúvidas, propiciando o descobrindo de outros novos comandos, onde o
aluno irá construir o seu aprendizado.
Trabalho em dupla ou equipe, dependendo da situação para elaboração de um
determinado projeto.
Criação e implantação de pequenos programas desenvolvidos em Flash, sempre
relacionados com o tema do projeto, facilitando assim a pesquisa e o
aprendizado.
Implantação do site de atividades de informática, o qual é o canal de
comunicação entre o professor e o aluno.
Qual o resultado obtido?
Uma mamãe de um aluno do 2º ano comentou que seu filho sentava em frente com a
irmãzinha e ensinava-lhe a fazer o zoológico de animais.
Volta e meia recebo no orkut um recado perguntando: - O que vai ter de
informática amanhã? Eles anseiam pela aula.
Uma mamãe me mandou um e-mail do filho que ama descobrir novos comandos, e passa
bom tempo na internet fazendo pesquisas para essa finalidade.
Em um antigo projeto chamado "Estrela do Oriente", que criei relacionado à
literatura e que englobava a escola toda, alguns alunos (bem pequenos) não
aguentavam de curiosidade para esperar pela aula, começaram a ler o livro de
Ester na Bíblia para saber o desenrolar da trama.
Um aluno, após participar do projeto "site de formandos" na outra semana colocou
seu site no ar.
A coordenadora evita marcar passeios ou reuniões nas terças e quintas, pois é o
dia que eles tem aula de informática e eu já vi muitos deles reclamarem que
perdeu a aula de informática.
Ensinava para uma turma do oitava ano alguns comandos de Excel. Dizia que eles
tinham acabado de ganhar uma empresa muita promissora de herança. Eles deveriam
dar um nome para a Empresa e deveriam contratar 10 funcionários para vender os
produtos. É claro. A classe fica em polvorosa: - Qual o nome da sua empresa?
Você quer trabalhar para mim? Fulano vendou muiito! etc! A diretora que passava
por perto disse: - Parece uma festa. E eu disse: - Eu não consigo deixá-los em
silêncio. É um laboratório de criatividade, de troca de idéias, essas coisas não
dá pra fazer em silêncio e é nessa situação que acontece a colaboração, a troca.
O site de atividades de informática, tem no final de semana em torno de 50
visitas (para uma escola de 350 alunos). Ele não tem nada de institucional,
porque não é o site da escola ( a escola nem site tem), mas ele tem visitas dos
próprios alunos que amam ver a "imagem da semana", os links sugeridos, os links
de eventos, as atividades. Eles se sentem em casa, por isso, levam o site para a
casa deles, sem eu pedir.
Enfim, são estas coisas que me propulsionam a batalhar pela informática
educativa, a fim de que a internet seja povoada de pessoas criativas e com um
conteúdo excelente.
Aurelina Silveira Ramos
Professora de Informática
04/08/2006
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